quinta-feira, 10 de abril de 2008

Ozzy e Rod

Em 1985 Ozzy e Rod Stewart tocaram na mesma noite de quarta feira, Ozzy se apresentou depois da Rita Lee e Rod fechou a tampa. Entre o dois shows um temporal desabou transformando a pista em um tremendo lamaçal que permaneceu lá pelo resto do festival.

Naquela época Ozzy vivia momentos conturbados em sua carreira, depois de comer morcegos, mastigar a cabeça de um pombo, encarava um processo devido ao suicídio de um moleque que quando foi encontrado ecoava nos fones de ouvido Suicide Solution. Entre drogas, bebidas, rock'n'roll e a perda de seu grande amigo Randy Roads, Ozzy veio parar por essas bandas, gordo e cheio de gás como sempre, mandando bem em seu show.


O legal no Ozzy é que ele sempre parece se divertir no palco, mesmo acabadão como hoje em dia ele mantem a energia digna do Princípe das Trevas quase o oposto do que se vê naquele velho sequelado no programa da MTV. Alem disso está sempre cercado de bons músicos, principalmente guitarristas e bateristas a quem ele sempre dá espaços em seus shows.


Não fui no show, mas deve ter sido bem legal como sempre e no encerramento uma estória ótima quando Zakk Wilde mamadão jogou literalmente pra torcida sua Gibson de estimação. O caso é contado em detalhes por um fã que participou ativamente da situação. O texto foi retirado do blog Jam Sessions de Jamari França jornalista de O Globo.


"Sou um fã que sempre estou na turma do gargarejo dos shows de rock há mais de 25 anos.No último dia 03 de abril no show do Ozzy eu estava bem em frente ao palco,encostado na grade. Vi todo o show espremido mas feliz com uma das maiores apresentações do metal que já vi e olha que não foram poucas,desde 83, que foi o primeiro(Quiet Riot no Maracanãzinho).
Já estava satisfeito pois o baterista Mike Bordin jogou uma baqueta e quando ele viu que não consegui pegar por causa de um segurança ,ele veio até a mim e me entregou uma baqueta na minha mão,não preciso falar mais nada,realização total.
Pois então ,durante a última música, "Paranoid'',o guitarrista Zakk Wylde ,a menos de 2 metros de mim ,olhou e do nada jogou a guitarra Rebel em cima de mim ,eu estava com uma máquina fotográfica em uma das mãos ,mas mesmo assim eu estiquei o braço para pegá-la,quando em fração de segundos lembrei já ter passado pela mesma situação no show do Poison no Holywood Rock no Rio ,quando o vocalista Bret Michaels jogou uma Gibson da mesma forma e fiquei com a mão toda cortada por causa das cordas.
Quando a guitarra do Zakk caiu na mão da galera começou um empurra-empurra generalizado, todo mundo querendo colocar a mão na guitarra ou até pegá-la.Foi quando o segurança do OZZY se apoiou em mim e me pediu em inglês (''give me the guitar'),foi quando eu olhei e já tinha uma galera sendo pisoteada e a guitarra já estava com o headstock solto do braço,somente com as cordas prendendo-a à guitarra ,e todo mundo em cima da guitarra e de quem a estava segurando, massacre total.Nisso olho para trás vejo um monstro babando igual a um bicho: era o Zakk Wylde. Eu não sabia se tirava uma foto dele ou se corria ,foi então que guardei minha máquina fotográfica e voei no headstock e o puxei da mão de uns dois caras ,é lógico que tive que empurrar os caras pra conseguir arrebentar as cordas e pegá-lo para mim.
Só sei que depois saí como um louco de lá e não vi mais nada que aconteceu. Eu andando com aquilo dentro das calças parecia que era um fugitivo, estava com medo de me verem com o pedaço da guitarra e me voarem em cima.
Pensei em levar no palco e devolver depois, mas e o medo de acharem que fui eu quem tinha quebrado a guitarra e tomar uma voadora igual ao pobre coitado que tentou subir no palco. Coloquem-se em meu lugar.A guitarra já estava toda detonada, me deu uma pena de ver ela toda destruída, porque eu sei do valor dessa guitarra pro Zakk.
Fiquei apreensivo para saber qual seria a reação do Zakk Wilde. No dia seguinte do show do Rio, liguei para um amigo diretor de uma grande gravadora para me passar o contato da produção do show.Falei com uma pessoa da gravadora do OZZY que iria entrar em contato com o Zakk para ver se ele queria o headstock da guitarra que está comigo intacto. Pois bem, essa pessoa da gravadora me falou para eu ir para São Paulo entregar pessoalmente para o Zakk e depois eu assistiria ao show do palco.
Mas nada foi avisado para o Zakk Wylde, somente na hora que eu fosse entregar que ele ficaria sabendo.Agora me diz ,vocês acham que sou louco de ir lá entregar o pedaço da Rebel do cara e ele entra numa comigo em plena coletiva para imprensa achando que foi eu que quebrei a guitarra?
Sair do Rio pra tomar uma porrada do Zakk Wylde em São Paulo,sou fã mas não maluco, tô fora.
Depois a pessoa da gravadora me falou que ele não estava fazendo tanta questão do headstock da guitarra.
Deixo claro que fiz a minha parte em tentar consertar um pouco da besteira que o Sr. Zakk Wylde fez no show deixando várias pessoas machucadas.Eu, graças a Deus, não me machuquei, mas vi uns moleques bem detonados como a guitarra.
Agora fica a questão: Será que ele vai consertar a guitarra e vai tocar menos bêbado?"

Antes de chegar ao Brasil, Ozzy tocou na Argentina no Quilmes Festival, ouça o que rolou no show com pequenas intervenções de um locutor de uma rádio local, patrocinadora do evento. Os créditos deste link são de (Felipe - http://www.orkut.com/Profile.aspx?uid=6125731615334886779) .

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Metallica


Em 1993 a gravadora Polygram, aproveitando o sucesso do Black Album do Metallica lançou quatro EPs do grupo no Brasil. Era uma tentativa de implantar a idéia do EP que praticamente não é aproveitado por aqui. Lá fora é comum os grupos lançarem no formato uma música de "combate" ou uma primeira amostra de seu novo lançamento junto com gravações que não foram aproveitadas, demos ou alguma coisa ao vivo.


A Polygram tentou, mas o modelo não emplacou. Mesmo assim os cds tem coisas interessantes. Há sucessos na época já consolidados pelo album como Enter Sandman, Wherever I May Roam, The Unforgiven, Sad But True, há uma versão de Nothing Else Matters com a orquestra e arranjo de Michael Kamen destacada pelo grupo como uma 'elevator version". Essa experiência cor orquestra foi o primeiro passo para um novo encontro com o maestro que regeu a Sinfonica de São Francisco na gravação ao vivo do album S & M em 1999. Há tambem a demo de Enter Sandman, a demo de Wherever I May Roam - uma versão tocada apenas por James e Lars, sem letra cantarolada "lálálá" - a demo de Sad But True e a de The Unforgiven.

Os bonus são Stone Cold Crazy um cover do Queen, outro para Killing Time do Sweet Savage, que aparece anos mais tarde no album Garage Inc., Fade to Black do album Ride The Lightning gravada ao vivo em 1991 e finalmente uma versão arrebatadora de Creeping Death, no mesmo ano.

A banda mandava muito bem e bons tempos do Metallica ao vivo podem ser baixados no site oficial do grupo. Os shows do período entre 1982 e 2003 são gratuitos e shows mais recentes, em MP3 custam U$ 9,95