segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Scorpions - Despedida aos 50 anos


Do espaço reservado aos fotógrafos, enquanto aguardávamos a autorização para começar os trabalhos, víamos um palco simples, sem nenhum amplificador aparente, apenas uma plataforma preta e acima dela a bateria de Mikkey Dee, o lendário baterista do , agora participante enquanto James Kottak resolve pendencias particulares. Um ótimo prenuncio que lá de cima viria muita pancada no peito. O espaçoso palco era aumentado por uma passarela que avançava até o meio da pista reservada ao público que lotou o grande espaço do Metropolitan no Rio de Janeiro.

Dada a autorização para entrada do espaço destinado aos fotógrafos, a expectativa vai aumentando e o público percebendo a movimentação começa a participar com energia crescente. Cai a cortina e vemos os cinco senhores mandando ver logo de cara, a plataforma preta, é na verdade o telão de alta resolução, que serve de fundo para muita correria, guitarras ensandecidas, o vocal de Klaus Meine em dia e lá de cima Dee, esmurrando, como se esperava, a bateria e uma sequência que enfileirou alguns clássicos da melhor fase da banda como "Make It Real", "The Zoo" e a instrumental e sensacional "Coast to Coast" deixando a platéia em êxtase. Pausa pra respirar e vamos em frente.




 A banda diz que essa turnê é a ultima de sua longa carreira, quando comemora 50 anos de serviços
prestados ao rock 'n' roll e lança o álbum "Return To Forever", por isso a gente nunca tem certeza do que virá lá na frente. O jeito é aproveitar ao máximo!

Mais a frente uma sequência acústica que leva os cinco participantes para a beira da passarela, para tocar aqueles hits pegajosos que aumentou consideravelmente o público da banda, mas em outra sintonia. Achei um pouco longo, mas, há de se considerar que as baladas são lindas, bem tocadas e o público adora cantar junto e jogar os braços de um lado para o outro. Já que é pra aproveitar, vamos nessa!

"Rock 'n" Roll Band" do novo álbum, é excelente, serve para lembrar a todos o quem é o Scorpions, duelos das guitarras de Rudolf Schenker, em ótima forma física, e Matias Jabs e o baixo do polonês Pawel Maciwoda, o mais recente e discreto integrante da banda. A partir daí o ritmo não cai mais, Meine lembra do primeiro Rock in Rio, a primeira vez que a banda andou por aqui e bota todo mundo pra cantar, à capela, "Cidade Maravilhosa". Um cover matador de "Overkill" homenageia o imortal Lemmy termina com o espetacular solo de bateria de Dee emendando "Blackout", "No One Like You" e "Big City Nights" para encerrar a primeira parte em alto estilo. No bis, balada "Still Loving You" é acompanhada em coro e "Rock You Like a Hurricane" fecha a tampa.



Todo mundo sai feliz, inclusive eu, lembro que tinha desistido do Scorpions em 2008, na sua ultima turnê por essas bandas, quando apresentou um show burocrático e sem graça. A banda recuperou um fã e me lembra que 50 anos de rock, não se conquista sem muito trabalho.

Foi um show pra se guardar com carinho.




terça-feira, 6 de setembro de 2016

Como aconteceu a volta do Slash ao Gun's

Alvaro Pereira Junior entrevista Axel e Duff que explicam como se deu a volta de Slash e a reunião do Guns n' Roses. Veja a entrevista completa que foi ao ar no Fantástico editada.

sábado, 3 de setembro de 2016

O Bom e Velho Heavy Metal

Não sou daquelas pessoas que fazem ou prestam atenção várias coisas ao mesmo tempo. Sabendo disso, para fotografar shows e prestar a atenção no trabalho e deixo para os ouvidos roqueiros chamarem a atenção para aquele acorde especial que arrebata logo que sacode os tímpanos.







Tenho visto muitas bandas boas do rock brasileiro e que ainda vão estourar, é questão de tempo. Quem me proporciona isso é o Rio Novo Rock, todo mês no Imperator, lá no subúrbio do Méier. Neste mês esse programa coincidiu com o show do Primal Fear no Circo Voador, com abertura dos italianos Luca Turilli's Rhapsody e Monstractor de Resende no Rio do Janeiro.




Optei pelo heavy metal. Incoerência! Discutiam Tio & Teco. Os argumentos eram, que novidade há no metal? Mais do mesmo, com os clichês tradicionais, riffs marcantes, vocais poderosos, solos de bateria, baixo bem grave e uma turma apaixonada urrando de prazer e destilando energia rodando alucinadamente... Todo esse clima o que há de melhor!

O Primal Fear reuniu isso tudo, fazendo a festa e botou pra suar toda a turma sedenta por dissipar energia e abrindo a roda punk em quase todas as músicas aquecendo a noite. A simpatia dos caras é incrível, antes do show foram encontrar os fãs e trocar umas idéias. No palco, os elogios a cidade, ao publico amante do metal de sempre, acrescentada de uma cavadinha para o Rock in Rio, afinal o festival começou a anunciar as bandas para 2017.



O álbum "Rulerbreaker", lançado em janeiro já está na boca do povo, prova disso é que a banda inflamou logo de cara com dois tijolaços, "In Metal We Trust" e a faixa que dá nome ao disco, um massacre sonoro.

A partir daí o vocalista Ralf Scheepers, os guitarristas Tom Naumann e Alex Beyrodt não deixaram mais pedra sobre pedra. O vocal permaneceu refinado e poderoso até  fim e as guitarras duelaram sem vencedor, acompanhadas do gente boa Mat Sinner e seu casaco de couro com penduricalhos pratas, correntes e tudo aquilo que apelidou os metaleiros. Faltou apresentar o baterista Frescesco Jovino que cumpre seu papel corretamente.



O setlist é de clássicos da banda e não houve quem tenha se arrependido de presenciar mais um show legal de metal. Long Live Metal!




Fotografia: Cleber Junior


Set list completo:
1- Final Embrace
2- In Metal We Trust
3- Angel in Black 4- Rulebreaker
5- Sign of Fear
6- The Sky is Burning
7- Nuclear Fire
8- Angels of Mercy
9- The End Is Near
10- When Death Comes Knocking
11- Chainbreaker
12- Metal Is Forever
Pede Bis!
13- Rollercoaster
14- Running in the Dust